segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

um limão

O mundo está raso
Como um abismo
Objetos planos
Encaixam-se em um quebra-cabeça
Estático
Sem questionamento
Objetos planos
Recitam a não poesia do mesmo
Uma ordem perpétua

Silêncio sem perspectiva de mistério
Que venda ata esses olhos?

Um limão é um limão?
E todos os fantasmas coloridos
Que teimam em lhe atiçar viagens
Ao sentir seu perfume?

E a dor
Que insiste em doer?
Onde se desencaixa?

Olhos doentes?
Sonhos podados
E essa dor desgrenhada
Denunciando o desarranjo dos vivos

O mundo está raso?