O mundo está raso
Como um abismo
Objetos planos
Encaixam-se em um quebra-cabeça
Estático
Sem questionamento
Objetos planos
Recitam a não poesia do mesmo
Uma ordem perpétua
Silêncio sem perspectiva de mistério
Que venda ata esses olhos?
Um limão é um limão?
E todos os fantasmas coloridos
Que teimam em lhe atiçar viagens
Ao sentir seu perfume?
E a dor
Que insiste em doer?
Onde se desencaixa?
Olhos doentes?
Sonhos podados
E essa dor desgrenhada
Denunciando o desarranjo dos vivos
O mundo está raso?